quinta-feira, 21 de maio de 2015

Saudade

Eu queria saber como fazem as pessoas de outras línguas que não a portuguesa para exprimir o sentimento de saudade. Eu não me considero uma expert em línguas, ao contrário. Meu conhecimento em idiomas se limita ao inglês e às línguas latinas. Não faço ideia, por exemplo, de árvores idiomáticas muita faladas, como a eslava ou o mandarim. No entanto, é conhecimento público que saudade é uma das palavras mais difíceis de ser traduzida. É claro que seria; o sentimento de saudade é difícil de ser expressado. O que é saudade? Saudade serve para aquilo que nunca se teve, mas também para aquilo que se teve e que não está perto - fisicamente ou não. Serve para coisas materiais e imateriais. Serve para lugares que eu nunca fui, pessoas que eu nunca conheci, mas bate mais forte quando é aquele pedacinho do coração que a gente conhece melhor que qualquer outro. A saudade é mais forte, e mais difícil de traduzir e explicar, quando vem sobre aquela pessoa que você conhece desde... ora, desde sempre. Desde tanto tempo que eu já nem sei mais o que eu sou sem ela, e sem clichê: eu realmente não sei o quanto de mim vem de tal pessoa, só sei que é muito. Ou daquele lugar que você se dá conta que você nunca vai se perder, mesmo que alguém troque todos os prédios e mude o nome de todas as ruas antes de você voltar. Ou daquele barulho que te lembra que alguém ficou te esperando voltar para casa, mesmo que tenha sido a semana inteira. E quando você volta e ouve de novo, você sabe exatamente o que ele significa. Pra mim, quer dizer que aquelas quatro criaturinhas vão vir correndo pra cima de mim, disputando espaço e atenção como se eu chegar em casa fosse o evento mais importante do ano. E isso significa também que eu estou em casa. Depois de tanto tempo, depois de tanta coisa, eu estou em casa, e esse é o único lugar que é casa de verdade. E esse vai ser o evento mais importante do ano. Do meu, pelo menos, porque eu vou enfim poder matar todas essas saudades. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sobre a sinceridade e as melhores coisas da vida

Vendo as fotos de uma grande amiga minha, notei como ela ficou bonita, mais do que já era. Ela se formou recentemente, e parece que ela tá conquistando aquilo que muitas mulheres hoje em dia querem: é bonita, é inteligente, está começando a construir sua carreira agora com uma ótima projeção, tem um cara super bacana do lado (e para a amiga estar falando isso, é porque ele é bacana mesmo).

Bem, enquanto eu babava na minha amiga, me dei conta que eu não me sentia confortável de falar isso para ninguém, pelo simples fato que iam pensar que eu estava sendo falsa! Afinal, uma mulher elogiando demais a outra, só pode ser inveja, né? Foi aí que eu percebi que isso é um absurdo, porque eu jamais poderia sentir inveja dela. É claro que eu já senti inveja na minha vida, e por coisas muito menores (normalmente comida dos outros, eu sei, é um defeito horrível). Mas dela, não.

Ela está comigo há muito tempo, e eu vi ela lutar por cada partezinha da sua vida. Lembro quando ela passou no vestibular, quando ela começou a namorar com esse menino, e como ela foi amadurecendo com o tempo e se tornando essa mulher sensacional. E quando eu penso nisso, sinto  uma alegria imensa, como se fosse eu mesma que estivesse conquistando essas coisas junto com ela, ao mesmo tempo em que sinto muito orgulha dela, como se ela fosse minha filha e eu tivesse ensinado boa parte do que ela aprendeu.

E sentir isso e inveja é tão antagônico que chega a ridículo. Eu me vi diante do meu maior lado, um lado tão bom e sincero que eu nem sabia que ele existia. Pessoas assim são para a nossa vida como flores na janela. Só a presença delas já nos encanta e nos deixa felizes. É por isso que dizem "você me traz o que há de melhor em mim", porque é verdade. Esse é o melhor que tem em mim. E a única coisa que eu tenho a dizer a ela é "muito obrigada"!