Te descrever quando é fácil é simples. Um rosto, um corpo, um abraço. Mas a música que era orquestrada não passa de tambores tocando sob a noite. Se cada pedaço seu ficasse como o mel que cai, se cada parte nossa fosse estrela, todo dia seria nublado, toda noite seria fracasso. Como a natureza que me cerca, como eu sempre a odiei. E o meio em todo esse caos não é fácil de escrever. Não acho que você tem as respostas para tudo, mas eu não quero fugir . E não quero que pegue na minha mão me fazendo acreditar ser a solução, porque nós dois sabemos que não é. Você quer festa, eu quero saída. Não vou te falar que vou salvar a sua vida. O caminho é só uma rampa para o seu sucesso. Eu que não vou me meter. Seu assunto, sua família. Pode continuar de azul. Você fica bonito assim. A noite ainda é longa para mim. Mas hoje a gente morre, e você vai sem mim. Eu te garanto, não vai fazer falta. Eu te disse, você fica bonito assim.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
A Sincronia
Chegava em casa, acabado e feliz. Não tinha palavras, tinha sono. Só queria se jogar na cama e dormir para sempre. O abraço da noite já não cabia e as palavras seriam rudes amanhã. A sinfonia, a bela sinfonia do amor, já se extinguirá sem deixar rastro. O sol raiava. Lá embaixo, na cidade, alguém acordava.
O galo cantava. Num ato de contradição, se levantou e foi para a varanda. O clima frio gelou suas costas nuas. O café esfriava em sua mão e o mato em volta da Estrada Baixa virava gelo. Tudo parecia tão surreal, tão impossível. Não aconteceria novamente. Sorria como sorri um idiota. A vida começava a tomar forma, e na correria que seria logo, ele também tinha que ir. Talvez nunca mais fosse olhar aquela vista desta forma. Ah, certamente que não. A sinfonia se transforma, a cada manhã, como água em plástico, como areia da praia. Ele foi dormir. Ao acordar, a vista seria diferente. Ainda bem.
O galo cantava. Num ato de contradição, se levantou e foi para a varanda. O clima frio gelou suas costas nuas. O café esfriava em sua mão e o mato em volta da Estrada Baixa virava gelo. Tudo parecia tão surreal, tão impossível. Não aconteceria novamente. Sorria como sorri um idiota. A vida começava a tomar forma, e na correria que seria logo, ele também tinha que ir. Talvez nunca mais fosse olhar aquela vista desta forma. Ah, certamente que não. A sinfonia se transforma, a cada manhã, como água em plástico, como areia da praia. Ele foi dormir. Ao acordar, a vista seria diferente. Ainda bem.
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