domingo, 20 de dezembro de 2009

Vereda

Quanta gente foi preciso que eu deixasse pra trás pra chegar onde cheguei. Quantas vezes vivi amores intermináveis só pra ver aonde iam dar. Quantas vezes chorei o não poder, sem ver que quem ganhava era eu. Já xinguei pessoas maravilhosas, e odiei o curso do destino. Tive que perceber que, apesar das palavras, não é todo mundo que você leva para a vida inteira. Vivi ao máximo, cheguei a extremos. Nas manhãs feias, eu vivia somente o dia seguinte. Nos dias de tempestade, eu chorava de medo. Fui menina e fui mulher. Aprendi a advinhar. Tive que sair do meu casulo um dia para buscar amor fora de casa. Tive que aprender a fazer amigos. Aprendi a chorar, a mentir. Parti corações na minha jornada, e colei alguns também. Agradeço aos ombros que me emprestaram, quando eu precisava cair. Agradeço aos abraços de despedida, todos estampados em mim. Agradeço as palavras simples, aos versos de amor, as mentirinhas bobas, aos dias perfeitos, as fotos excluídas, ao corpo do lado, aos meus pais. Eu não tenho medo do futuro, olho para trás e vejo tudo que eu já ganhei. A vida é mais que bela, é linda. Enquanto há o sol e alguém para eu abraçar, sei que nada vai me por no chão. E assim é fácil seguir, à sombra.

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