domingo, 3 de janeiro de 2010

Acaso.

Caso o acaso seja difícil. Caso a esquina se dobre em dois. Caso a chuva venha a cair. Caso a moeda venha a faltar. Caso o riso seja escasso. Caso a verdade seja mentira. Caso o acaso venha a calhar. Caso você venha a esperar. Se lembre que o acaso não espera, e o acaso não existe. Que o caso de se fazer de depois é que o depois não chega, e ninguém vai te perdoar. Gira, segue, vive. A roda, como sempre, gira. Eu lavo a minha alma nas cortinas de Iemanjá, e não te peço nada além de um santo protetor. Eu lavo minha alma, corpo e alma, nas águas de verão, de mar, de mar. Minhas águas, e da mãe Iemanjá. Nos batuques da religião proibida da Bahia, eu faço o meu acaso. Eu crio o meu caso, nos tambores da cidade da Bahia. Eu rodo, eu giro, eu vivo. Aprendo a dançar necessidade, aprendo a cantar sozinha. Eu e meu canto. Eu e Iemanjá. Eu e Iemanjá. Caso o meu acaso siga caminhos contrários, eu sigo com meu santo protetor, minha mãe Iemanjá. Caso o seu caminho não seja bem o seu. Caso todos os casos. Caso o seu acaso fique por perto.

Caso o cais se torne areia, e eu te queira por aqui.

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