segunda-feira, 11 de maio de 2009

Barroco II

Aqui, bem aqui, eu não me sinto bem. Talvez isso seja uma característica minha, mas hoje eu não me sinto bem aqui. Aquele rosto zangado, aquela expressão indiferente, e eu nem sei ao certo o que foi que eu fiz. Eu não sei se foi algo que eu fiz, que eu falei, ou talvez que eu não tenha falado. Eu não menti, não fui falsa, não aceitei a verdade e lutei contra ela. E agora o que eu recebo é um rosto contrariado, como se eu tivesse feito algo de errado. E eu também não vejo problema algum em pedir cinco minutos. Cinco minutos não são nada. Cinco minutos fazem a diferença. Se cinco minutos é o que eu te peço, cinco minutos não mudam nada. Talvez não existissem cinco minutos para me darem. Talvez cinco minutos estivessem além de mim. Talvez. Talvez.

Talvez o que eu vejo hoje, o que eu tenho visto ou o que eu vi, não passam de um sonho, uma brincadeira sem graça, sem graça para mim. Ou talvez não. Talvez não seja nada além de um encontro de dois inconsequentes que ainda se procuram incessantemente. Talvez. Talvez isso tudo ainda seja mais profundo do que aparenta ser. Talvez ainda exista o tudo e o nada, e talvez eu ainda esteja no meio por ali.

Talvez é bem barroco. Barroco, profundo, sincero.
Barroco, exatamente assim.

Um comentário:

  1. "Talvez cinco minutos estivessem além de mim."

    frase que chamou a atenção.
    engraçado como a gente se aproveita tão pouco as vezes. outro dia me disseram: queria pouco, pouco! não queria muito. mas nem o pouco eu tenho.

    BEIJOS

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