terça-feira, 25 de novembro de 2008
Errados.
sábado, 22 de novembro de 2008
Dia de Sol
Suposições
COISA BOA
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Meninas Bonitas
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Cinco Minutos
"Como uma roda, que sempre, sempre roda”.
O coração dispara. É amor. Sim, amor. Em cinco minutos, ama-se alguém. Em cinco minutos, dá-se a vida por alguém. Nada mais importa. Trava-se por completo. O coração chama, grita. Os olhos seguem. O corpo pára. É agora, vai ser agora. Agora é um instante interminável, onde todos existem e vivem em uma dimensão paralela. Nada existe, tudo acontece. Em cinco minutos, vive-se uma vida, um beijo, uma viagem de ácido. Maior que a espera, maior que o agora. Maior que a vida e o próprio amor. É onde os corpos sincronizam uma dança nunca antes ensaiada, onde as almas se completam totalmente, sem falhas ou buracos. Mas acaba. A dança termina, lá se foi o amor. Mas não se ressente. A roda sempre gira para o lado certo.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Caminhos
terça-feira, 9 de setembro de 2008
A Sincronia
O galo cantava. Num ato de contradição, se levantou e foi para a varanda. O clima frio gelou suas costas nuas. O café esfriava em sua mão e o mato em volta da Estrada Baixa virava gelo. Tudo parecia tão surreal, tão impossível. Não aconteceria novamente. Sorria como sorri um idiota. A vida começava a tomar forma, e na correria que seria logo, ele também tinha que ir. Talvez nunca mais fosse olhar aquela vista desta forma. Ah, certamente que não. A sinfonia se transforma, a cada manhã, como água em plástico, como areia da praia. Ele foi dormir. Ao acordar, a vista seria diferente. Ainda bem.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Coerência
Eu não penso, eu não falo. Só venho aqui e faço o meu trabalho, e o que acontece lá fora é a minha vida. Eu sei, não tem coerência, mas onde é que se acha coerência por aqui? O sorriso amargo me cozinha, mas eu gosto. Talvez você tivesse problemas para se expressar assim, mas o que eu faço é exatamente o oposto.
De forma baixa e grossa, era gritado aos ventos. Poderiam vocês vir aqui e me buscar? Eu sei que lá fora o mundo é bem maior, mas eu não quero comparações. Não aqui, não agora. Eu sei que a análise é bem maior, e os muros na minha frente, piores. Mas eu não escolhi nascer aqui. Eu sei que a coerência é nula, mas o que não é nulo por aqui?
domingo, 20 de julho de 2008
Análise de Longe
sexta-feira, 18 de julho de 2008
O Sexo
Meu filho, Murilo, disse que iriam viajar juntos. Juntos. É, fez eco.
Quer dizer, vão dormir abraçados? Como um casal de namorados? Eles são um casal? E então meu mundo caiu e não consegui me segurar.
Eles simplesmente não podiam fazer sexo. Meu filho não pode fazer sexo com outro homem. Eles são homens! Meu terço arrepiou todo no meu pulso. Abaxei a cabeça e esperei a resposta. Eu sabia a resposta, eles sabiam a resposta, meu terço sabia a resposta. Mas inves de ele dizer que sim, apenas disse:
- Que sexo, mãe?
Fiquei perdida. Será que ele não sabia o que era? Hoje em dia, eles já nascem sabendo, não é, não? Do outro lado da sala, Licinha, minha filha mais velha, soltou um risinho.
- Mãe, é claro que eles vão fazer sexo.
Então o outro corou. Veja só! Eu, uma mulher de respeito, antenada, moderna, mãe de dois filhos, super liberal, vendo um qualquer corar porque estávamos falando sobre sexo. Sobre o dele.
- Mãe - disse Murilo -, nós vamos fazer sexo, sim.
Então tudo começou a não fazer sentido. Mais ainda. Como aquele homem, ali na minha frente, bonito, novo, bem cuidado, que coube nos meus braços, estava fazendo sexo com outro homem? Homem?!
Eles sairam da sala, e ficamos eu e Licinha por mais muito tempo. Ela vendo TV e eu perdida na minha cabeça. Meu filho. Meu filho...
Eles sairam, Licinha saiu, Murilo voltou e, por fim, Licinha voltou. Eu ainda estava ali, pensando no meu filho. Ela chegou perto, me abraçou e disse:
- Ele já é um homem, mamãe.
Com toda a certeza, eu respondi:
- Eu sei que é. E como é.
domingo, 13 de julho de 2008
História de Amor
Nada.
Vivia em uma casa, um barraco, uma cabana. Escondia-se. Não dormia. À noite, só pensava. Era a hora que tinha para ela. O quarto, que faziam de sala e cozinha, era uma bagunça, uma sujeira. Viera de uma família rica, uma casa grande, um quintal limpo. E ali nem espaço para ela tinha.
Cíntia trocou uma vida burguesa por um amor. Um conto de fadas. No começo, tentou um ou outro menino. Não deu. No começo, os pais desconfiavam, escondiam. Não era, gostava de mulheres. Era homossexual. Gay, lésbica, sapatão, como quisessem chamar. Foi escândalo, foi expulsa.
Era.
Arrumando as suas coisas, Cíntia viu o cigarro, ainda aceso, descansando na pedra. Olhou. Nunca experimentou, apesar das insistências. Chegou mais perto. Parecia um bicho. A fumaça saía lenta e quieta pela ponta. Tocou. É, queimava mesmo. Chegou mais perto. Olhou. Fumou. Tossiu e largou onde estava antes. Era horrível. Fedia. Olhou para onde estava o amigo de Alexia e para o banheiro. Podia escovar os dentes antes de sair. Olhou de volta para o quarto. Quantas vezes aquilo aconteceu? Uma? Muitas? Nenhuma? Nunca teve coragem. Nunca podia sair. Nunca?
A caminho de casa, a lua iluminava seu caminho. E assim, chorou.
Chorou por Alexia. Talvez, nunca mais amasse outra mulher. Talvez tivesse sido uma aventura, uma novidade. Uma paixão.
Mas foram a aventura, a novidade e a paixão que mudaram a sua vida. Sim, se perderiam no mundo. Mas agora ela chegava aos portões, se esquecera de como eram grandes, e ali nada daquilo iria existir. Sua vida foi mudada, sim, para sempre. Mas ali Alexia já não existia mais. Para nunca mais.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
O rato, o gato e o cachorro.
Do outro lado da cozinha vinha ele, grande e branco, bem branco com listras negras. Com o pêlo cuidadosamente penteado para a direita, a coleira verde de brilhantes e aquela cara de esnobe que só os gatos brancos têm. Vinha ele em direção a cozinha. Andava como anda uma majestade. Uma chata e fresca majestade. Ele vai ver. Vai ver o queijo e vai entender. Pois é, viu o queijo e entendeu. Mas antes que pudesse soltar um miado, apareceu o mais temido, mais abençoado, o mais bonito. Apareceu o Cachorro.
E não era um cachorro qualquer. Ele era grande, preto e ainda mais majestoso que o gato. E naquela briga de gato e cachorro, o pobre do rato não ia ficar no meio para ver quem é que ia ganhar. Saltou de onde estava e deixou que eles se atacassem, e que morressem. Não tinha pedido ajuda de ninguém. O gato foi se meter porque era fofoqueiro e o cachorro porque era encrenqueiro. Se a lei do mais esperto realmente reina, era a hora de ter certeza.
Chegando na entrada do seu buraco na parede, o rato lembrou o motivo de ter ido lá. Mas a esta altura do campeonato, não queria nem mais saber do queijo.
[Peço perdão pelos erros de português. É, realmente eu não sei escrever direito.]