quarta-feira, 15 de abril de 2009

Amor.

É a verdade incontestável perante os deuses, é a divina dor. Da carne faz-se o pecado, sob o puro cheiro da flor, tão logo desejado. Une-se no divino o certo e o verdadeiro, o oculto e o misterioso. É entregue o cálice dos corpos, o beijo no toque, as inconfundíveis notas do amor.

Era verdade que amava. Por mais profundo ou surreal que aquilo parecesse, amava além dos limites terrenos. Mas não amava de forma simples e comum. Amava intensamente, desesperadamente. Era verdadeiro, pulsante, real. Era palpável, pois cada vez que sentia o toque das mãos, sentia o calor queimar por todo o corpo. Era ardente como brasa, e lhe ardia todo o corpo, e lhe fazia doer as vísceras do abdômen, e a fazia se deitar sem forças para levantar. Amava, simplesmente, até o mais profundo ponto do corpo, além da alma ou da vida. Via o amor em dimensões paralelas, e já não via rosto bonito ou feio, passou a olhar por dentro. No brilho do sol só havia luz, e nas palavras modestas, a doçura de uma vida. Encontrara em si o elo perdido em seus mundos tão vagos. Viera ao mundo embrulhada em amor, e agora nunca mais deixaria de ser.

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